2006/03/31

Anjo-do-Bizarro

A civilização é uma conspiração
Descrevam o extravagante e o maravilhoso

Da topografia, das armas frequentemente utilizadas,
Em prol dos raciocínios correntes
… É o desdém e os risos que os acompanham

Espanta-me as focas tímidas possuídas pelo delírio enciclopédico
O mundo precisa deles
… Das realidades condenadas dos factos excluídos
Brilha-me ao longe os faróis de Anjo

Sinto-me acanhado neste sistema
Quem fabrica a bússola para a navegação
… Do lado de lá, do outro lado!
Quem é o desenhador?
O puzzle dos mundos escondidos atrás? À frente? Deste mundo!

Necessito de cada folha da árvore imensa do fantástico
Pavoroso, ridículo
Antidogmático - dizem-me!
Repouso os olhos e procuro compreende-los

Não faço do absurdo um ídolo
Procuro os prodígios dos mistérios
Sinto-se persuadido
Excito-me
Na minha fútil imodéstia
Procuro um sinal de ti
Colericamente afirmo:
Há mais qualquer coisa!

Universos Paralelos

… Acreditar em tudo!
Que bestialidade
Mas acredito que tudo deve ser examinado
(é a observação de factos duvidosos que dá aos factos verdadeiros a sua mais ampla expressão)

Revejam as omissões
Aceitam o risco de passarem por Anormais perante os inquisidores
Sabiam que muitos factos conotados de escandalosos são muito nutritivos?
Débeis, alérgicos, prescridores

Positivistas que rodeiam a inteligência como a ignorância rodeada de risos
Horror! Loucura! Bruxaria! Abominável!
… Execuções reinantes
Encham de devaneios aeródromos Improvisados

2006/03/30

Antropologia

Tanto esperas pelo teu Copérnico
Antropologia
… Quando antes dele a Terra era
O centro do Universo
Lamentavelmente continuas Etnocentrista
Tu ocidental já há muito que percebemos

Não és o centro de todo o pensamento
… No espaço e no tempo
Lamento teres pensado em primitivos
Encerrados nas trevas da mentalidade pré-lógica
Acusaste-os de obscurantismo
Tu encéfalo, bípede
Que te julgas moderno com roupagens

De outrora
Tu que elevaste barreiras de egoísmo

Erguidas contra a história

Tu Frazer que te imbuíste de Autoridade
Como o teu Ramo de Oiro foi banal
Assemelhaste a esses mapas

Elaborados por iluminadores que,
Apenas conheciam o Mediterrâneo
Onde lhe ficam as fronteiras?

Para ti, os outros, eram, comoventes selvagens,

Rodeados de superstições
De costumes pitorescos
A ciência não é uma vaca sagrada
Monstros de beleza inaudível

Em que o exótico faz as delícias dos ZZZZZ

Classificadores,
Apontadores de rubricas,
De ingenuidades que cobrem os espaços em branco

Com mundos de dragões
Inventam ilhas de Centauros

Querendo provar como Newcomb que os aviões Não poderiam Voar

Indignação das indignações
A psicoterapia lévi-straussiana
Aponta aquela gente, com,
O provavelmente – mais forte do que nós
Que desconcertante
Pensávamos ter a maior largueza
De espirito
Pensámos estar à beira do infinito
Sem fanatismo
Sem cepticismo
Queremos saber da magnitude
Da magia
Quarta dimensão!
TSF com Deus!
Estaremos prontos para tudo?
Sou mais crédulo
Mais crente
Então não é que esses selvagens

Conservaram o que a ciência redescobre?
Aqueles homenzinhos que acreditam
Na árvore-homem,
Esses mesmos!

Onde é que está o tradicional?
Observadores de luxo,
Dotados de considerações,
Ornamentados de Ignorância

O problema é capital
Espanto!
Outras formas de registar
Não às palavras-verbo
Palavras-substantivo,
Palavras-acontecimento, sim
Vejam que até os índios Hopi
Sabem aplicar o contínuo Espaço
Tempo
Certeza
Probabilidade
Imaginação

Repousemos portanto
Dêem lugar às infantilidades
Explosivas
Comuniquem à distância
Elevem-se no espaço
Anulem o peso
Libertem a energia da matéria

QUEM FOI QUE SE AFASTOU?

Faz-me Rir

A porta do riso é um animal,
Que da infindável galeria
Dos que sabem rir até da vontade de rir

Rir encurta esta distância humana
Não fiques indiferente
Não perturbes a futilidade do rir
Naquele espaço grego
Aristófanes bem o sabia
Eu sei o tempo que distrais com ele
Moliére também o sabia
Ri, que temos o dom do sarcasmo


Rir, recipiente de travessuras
És o altar ego da inteligência humana
O real e a ilusão estão juntos – ri
Ri porque se desenham metáforas
Onde se movem verdades
Ris porque acusas as realidades indecorosas
Ris das contradições de um modus vivendis
Ris do quotidiano
Ris porque a personagem cómica te faz rir
Ris porque sim


Rir é uma graça concedida
O sim da vida
Faz-me rir